Limitar nossas próprias forças é como prender uma fera. Prendemos nela não apenas a vida que ali existe, mas também um compêndio de forças e potenciais que ficam a mercê de outras vontades que não são as nossas. O Tarot retrata o caminho de evolução do ser humano rumo ao reencontro com seu Eu Maior. Portanto, torna-se até certo ponto irrisório perceber o quanto podemos nos perder se não nos reconhecermos e, principalmente, negarmos nossas próprias forças. Cuidado! Se você reparar bem verá que, no fundo, o caminho é sempre de mão única, o reencontro é seu com a sua essência.
Quando falamos dos Arquétipos do Tarot devemos tirar um determinado misticismo que o envolve e entender que cada lâmina é um compêndio infindável de informações, de lições e de aprendizados. Muitos acreditam que o Tarot foi criado apenas para adivinhações o que não é real. É uma questão de lógica compreender que se você tem acesso à informação do que lhe espera no futuro a chance de alteração do fato é integralmente sua.
Mas, até que ponto estamos prontos para querer tomar as rédeas totais de nossas vidas?
Na abordagem do ‘Tarot Evolucionista’, cada lâmina do Tarot é interpretada como um caminho com três vibrações originais (decadência, neutra e ascensão). Gosto de dizer que o Tarot não erra em nenhum momento, mesmo que você venha a alterar o fato futuro: se a energia neutra do arcano estava atuante nunca há erros.
A vibração da decadência
Com essas informações em mente eu lhe convido agora para verificar qual é a decadência da energia do arcano da Papisa, não para você se cobrar, tomando atitudes pela via negativa, mas, sim, para usar os conhecimentos expostos com a finalidade de alterar positivamente sua vida por meio da lucidez e não da dor.
Papisa, arcano II do Tarot é considerada a força Maternal, Conselheira, Equilibradora e Nutritiva do Universo.
Quando estamos sob sua influência nos tornamos mais hábeis para escutar aos outros, direcionar nossos sentimentos e aprender a escutar nosso lado receptivo energético. Como manifestação física do seu arquétipo podemos citar a figura da dona-de-casa, da mãe e das mulheres fincadas nos estudos e compenetradas.
São típicos da Papisa os momentos da mulher para cuidar dos filhos e da família, tendo como marca principal ser o ponto de reequilíbrio das pessoas ao seu redor.
A Papisa, porém, é muito mais que isso: ela marca a intelectualidade, porque só podemos nos tornar sábios quando estamos receptivos as lições do Universo. Os conselhos tornam-se uma forma de aprendizado, os cuidados tornam-se uma forma de gerenciamento de afeto: o centro de reequilíbrio na realidade é apenas um reflexo da sua firmeza interior.
O arquétipo da Papisa não se manifesta só em mulheres e sim nos momentos em que devemos trabalhar nossa receptividade, emoções e intelectualidade. Agora, siga a linha que demonstra o momento onde nós negativamos essa força e vamos à decadência. Quando estamos no arquétipo da Papisa, se não tomarmos posse de nossa energia, de nosso saber, de nossas palavras acabamos por querer controlar a vida dos outros, manipular conforme nosso ego.
Vira-se então o jogo: a mãe carinhosa se transforma numa controladora emocional por meio de ameaças; por querer todo o afeto que ela não se dá, irá buscar formas manipulativas dos outros. Nesse caso, sua manifestação será de fofoca em meio a palavras doces. O fel de sua intelectualidade é voltado apenas para controle, limitando assim a força receptiva. Note que, na realidade, ela não quer apenas receber o amor, mas, sim, exclusivamente para si, porque na realidade ela secou a fonte de seus sentimentos, trazendo assim uma situação em que não obtém prazer perante a vida. São momentos onde nos apegamos às pessoas e sentimentos e não nos abrimos às novas situações em nosso cotidiano.
Na vida prática isso irá resultar emocionalmente em depressão, em falta de cuidado com sua própria vida e aparência, em falta de motivação para conhecimentos transformadores e em um grande sentimento de sempre ser traída pelas pessoas que “mais cuidou”.
Sua vulgaridade nasce se olharmos pelo prisma de como a essência foi maculada: a mulher ou a força feminina, que veio direcionar, acaba se perdendo em suas próprias emoções, e se corrompe em seus medos e devaneios. A fina e elegante Papisa se transforma, então, numa megera dominadora de tudo, porque se sente só, porque não tem a ela mesma, vivendo em proibições do sentir puro. Tudo necessita passar pelo seu crivo de domínio.
Fisicamente há uma tendência para câncer de mama, problema nos ovários e útero, aumento de peso (principalmente na região abdominal e braços) e varizes.
A vibração da ascensão
O primeiro passo no caminho da Ascensão é a aceitação; o segundo, o não se julgar e, o terceiro, o agir.
A aceitação de que você pode ter parado sua vida devido à sua carência afetiva e de que o seu querer direcionar tanto as pessoas o levou a esquecer de sua própria vida. Não respeitou o livre-arbítrio do próximo e, assim, trouxe momentos em que sua vida não anda.
Quem possui a Papisa forte em si sabe exatamente quando faz alguma coisa não gera o bem aos outros; se ficar na auto cobrança irá colher da vida a cobrança dos outros. Portanto, cuide-se e valorize seus sentimentos para que as pessoas também a valorizem.
O agir nasce da vontade verdadeira de querer mudar e transformar. É importante identificar, caso o seu temperamento seja a Papisa, que ela seja então positiva como uma grande detentora de saberes, que é afetiva sem se machucar e que permite fluir com a vida, sendo receptiva e liberta.
Tire de sua mente o conceito de que necessita se enquadrar em padrões. Se o seu temperamento for o de cuidar da família e de sua casa, a qualidade feminina e receptiva e se encaixa nos aspectos da mãe. Utilize esses dons a seu favor, foque em atividades que lidem com o aconselhamento de pessoas como psicologia, oráculos e terapias, ou à atividades voltadas ao repasse de informações, como jornalismo e mídia ou, também, atividades ligadas à beleza e aos universo feminino, como maquiagem e moda.
Compreenda que sua verdadeira força só irá trabalhar verdadeiramente a seu favor se você se aceitar, aceitar seu temperamento e focar em sua vida. O melhor cuidado que pode dar para os outros é estar bem consiga mesma, bem com sua vida e realizada em ser quem é.
A Papisa então se eleva dentro de cada mulher ou homem, soltando as correntes às quais nós mesmos nos acorrentamos, transformando-nos como grandes receptáculos da energia Divina, que ensina que muitas vezes o que mais precisamos é soltar nossas concepções e permitir que o Universo passe por nós.