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A representação das virtude foi freqüente na Itália dos séculos XIV ao XVI. Acompanhadas de atributos, tinham de início a função principal de decoração dos túmulos e, após, ornaram os púlpitos, as pias batismais, os tabernáculos. Elas se impuseram, a seguir, na iconografia profana, representando a moral e servindo na decoração de edifícios públicos, palácios, fachadas de casa, objetos (castiçais, cofres, bainhas de punhais).
Torre quadrada, guarnecida de ameias (denteada), de onde escapam chamas, ela se racha e parece fulminada pelo raio. Este trunfo do tarô é uma evocação da destruição da Torre de Babel que os homens, sonhando alcançar o céu, construíram com tijolos cozidos, cimentados por betume. Deus, irritado com orgulho dos homens, impediu o prosseguimento das obras confundindo as línguas. A destruição da torre não é mencionada no Gênesis, mas a dispersão dos trabalhadores a torna implícita.
É a partir do final da Idade Média que os artistas imaginaram o deslocamento da construção provocado pelos raios faiscantes do céu, mais do que pela intervenção divina ou por uma tempestade como haviam feito anteriormente.
Os degraus de fogo que se sucedem sobre um dos lados do edifício poderiam representar a rampa exterior que aparece, a partir do século XIV, na iconografia da Torre de Babel.
A designação Casa de Deus pode surpreender no caso dessa fortaleza com porta obscura, enquanto que no hebreu Babel significa Porta do Céu e corresponde exatamente à função que esta torre deveria preencher.
Tarô dito de Charles VI ou Tarô Gringonneur: A Casa de Deus. Norte da Itália. Final do século XV.
Pintura com têmpera de ovo, sobre um desenho preparatório com tinta negra, tipo sépia; decoração com ramos estampados, após fixação de folha de ouro e prata, sobre uma camada assentada sobre suporte de papel; dorso branco sem adornos. Papel em várias camadas com “colarinhos” à moda italiana, alguns dos quais estão roídos. A parte do desenho dissimulado pelos “colarinhos” realizados posteriormente, foram redesenhados. Dezessete cartas: 80/185 x 90/95 mm. Paris, Biblioteca Nacional da França, Estampas, Res. Kh 24. http://expositions.bnf.fr/renais/grand/046.htm.
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