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Inspirado na tradição medieval do amor cortês, esta cena apresenta três casais de enamorados, num passeio, vestidos do mesmo modo. Dois Amores subre as nuvens arremetem flechas, atiçando o desejo de um dos casais que se abraça, enquanto os outros dois se entretêm galantemente.
O beijo sensual que se distingue do beijo mais casto, na poesia do Renascimento, sugere os prazeres eróticos. Ele é com mais freqüência reservado aos deuses antigos, cujos amores se prestam a inúmeras liberdades.
As roupas dos personagens, o chapéu da figura femina central está muito parecida a uma gravura da escola florentina, de Baccio Baldini, Encontro de caçadores, preparada por esse ourives e gravador, por volta de 1475. (Hind. I, A, II,4).
Tarô dito de Charles VI ou Tarô Gringonneur: Os Enamorados. Norte da Itália. Final do século XV.
Pintura com têmpera de ovo, sobre um desenho preparatório com tinta negra, tipo sépia; decoração com ramos estampados, após fixação de folha de ouro e prata, sobre uma camada assentada sobre suporte de papel; dorso branco sem adornos. Papel em várias camadas com “colarinhos” à moda italiana, alguns dos quais estão roídos. A parte do desenho dissimulado pelos “colarinhos” realizados posteriormente, foram redesenhados. Dezessete cartas: 80/185 x 90/95 mm. Paris, Biblioteca Nacional da França, Estampas, Res. Kh 24. http://expositions.bnf.fr/renais/grand/038.htm.
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