O cenário contemporâneo
do Tarô e suas reinvenções
Afastamento das origens e produções contraditórias
Nos dois últimos séculos surgiram inúmeros desenhos diferentes, com as mais variadas inspirações artísticas, que animam os colecionadores de todo o mundo.
Hoje podemos encontrar editoras especializadas, em especial nos Estados Unidos e Europa, com centenas de baralhos redesenhados livremente nos últimos cinqüenta anos. Existe de tudo, e em tal profusão, que torna difícil para o iniciante distinguir as invenções livres, subjetivas, sem compromisso com qualquer fonte de conhecimento, e os trabalhos que buscam os vínculos do Tarô com os Ensinamentos antigos.

Nessa situação, torna-se recomendável aos interessados em estudar e compreender os ensinamentos contidos no Tarô, que comecem sua investigação pelos desenhos clássicos; estes possivelmente estão mais próximos da fonte e menos distorcidos pela subjetividade de artistas que nem sempre conhecem a amplitude de significados simbólicos das antigas figuras que se propõem a reinventar.
Quanto aos manuais e livros sobre o Tarô, é bom lembrar que só começaram a ser publicados nos últimos 200 anos. Nos séculos anteriores não circulava qualquer “manual de instrução”. As cartas talvez fossem entendidas de modo mais direto e seu sentido transmitido na convivência, de forma espontânea. Hoje, porém, temos necessidade de manuais e professores e não é muito fácil, à primeira vista, distinguir os diferentes níveis de qualidade e de compreensão. Uma profusão de fantasias, atraentes do ponto de vista artístico, mas carentes de consistência, convivem com – e no mais das vezes encobrem – os testemunhos de uma outra ordem de conhecimento.
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