Eclipse da Lua e Fim do Mundo
Convocada pela sincronicidade — fenômeno que a vida oferece sempre que nos inquietamos — acabo de ver/ouvir uma conferencia imperdível sobre o Fim do Mundo. Aos que desejarem conferir a maravilha, o link é http://vimeo.com/81488754. Trata-se da explanação do prof. Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo, sobre as lendas e mitos dos povos guaranis que habitavam nosso país quando os brancos aqui chegaram. Defende o autor, que o início do nosso mundo moderno, civilizado e capitalista coincidiu com o fim do mundo dos ameríndios, que nos séculos XVI e XVII foram quase dizimados pelos eurobrancos: sua quase-destruição e a redução de suas populações a algo ao redor de 5%, no entanto, não os extinguiu e, talvez, possamos utilizar sua experiência para refazer-recuperar-reconstruir o nosso mundo, que caminha rápido e de forma iminente para o Fim do Mundo.
Segundo Viveiros, caminhamos para uma guerra entre mundos, o dos humanos e o dos terranos, que ocupam o planeta terra sob valores, crenças e formas de viver bem diversos. Os humanos somos nós, os industrializados, racionalmente científicos, ligados pela rede, fósseis-combustibilizados, transgênicos, farmacologicamente estáveis e socialmente civilizados; os terranos são representados pelas minorias ( ao redor de 370 milhões de pessoas entre índios, negros e outros), pelas espécies em extinção, pela natureza que resiste, ou o povo de Gaia, aqueles que estão com ela e não contra ela, que se colocam na defesa de todos e não só de alguns. Porque o problema é de todos, apesar de só ser criado pelos primeiros. Após profundas considerações e citações de outros filósofos e antropólogos do nosso tempo, Viveiros termina a conferencia, citando os maias, duas vezes dizimados, a primeira entre os séculos VII e X, por uma catástrofe climática que ainda não se sabe exatamente como ocorreu, e a segunda, quando foram invadidos pelos eurobrancos, no século XVI.
Viveiros sugere que uma oportunidade inesperada se abre tanto para os guaranis como para os maias, especialistas em fim de mundo, de serem requisitados por nós, “os humanos”, para que nos ensinem como resistir e sobreviver à imensa catástrofe, não só climático-geológica mas também sócio-política, em curso. Parece que para nós humanos, é que a oportunidade parece ainda mais pertinente.
Aqueles que me acompanham há mais tempo, sabem do meu interesse sobre o tema do Fim do Mundo, que recorre há anos em minhas análises, justamente pela óbvia pertinência que sempre enxerguei entre o tema e nossa vivência cotidiana, tão cruel na urbanidade contemporânea. Sabem ainda da minha militância em construir pontes entre tais vivências e a Astrologia, o maior e mais eficaz conjunto simbólico de que dispomos para compreender, através de seu estudo e utilização, nosso lugar nesse mundo e nesse momento histórico.
Só os símbolos têm a faculdade de mediar elementos separados, reunindo céu e terra, natureza e cultura, real e imaginário, corpo e alma, mente e espírito. E agem como integradores garantindo-nos lugar ao sol e pertinência no vasto entorno que nos rodeia e amedronta (Ciça Bueno, Quiron e o papel do curador na contemporaneidade).
Poderíamos recuar aos idos do século XVIII, início da modernidade e da descoberta do primeiro planeta transpessoal, Urano, o rebelde criativo, em 1781, fenômeno sincrônico com as Revoluções Americana e Francesa, início da era e do sujeito modernos. A partir daí, o homem passou a conviver com a imprevisibilidade do inconsciente coletivo e da própria vida.
Sugiro aos interessados, que leiam o meu blog (www.cicabueno.com.br/blog), para conhecer melhor esse inusitado deus.
No século seguinte, nos idos de 1846, surge Netuno, o sublime sonhador, sincrônico com o lançamento do Manifesto Comunista de Karl Marx (1848) e do socialismo, que inventou o mundo que antagoniza o do capitalismo dos “humanos”, até nossos dias.
Quem quiser conhecer melhor esse belíssimo deus, sugiro ler o post de outubro de 2012 do mesmo blog, sobre sua entrada no signo de Peixes naquele ano. E, em 1930, surge Plutão, o transformador implacável, sincrônico ao surgimento da bomba atômica, que vem talhando o mundo atual desde então e até agora. Não perca leitura sobre ele e outros temas pertinentes ao assunto Fim do Mundo, nos posts do blog que estão sob o botão 2012.
Quem quiser poderá encontrar eco a essas análises em http://cicabueno.com.br/blog/?p=243.
Pois bem, todos sabem que Urano e Plutão estão em confronto no céu desde 2010 e que por algumas vezes já se colocaram em posição de tensão acirrada.
Durante esta terceira semana de abril, novamente Plutão e Urano estarão em conflito exato, pela 4ª ou 5ª vez desde o início do processo em 2008. Essa tensão será agora ampliada por Júpiter, o expansor, e por Marte, o bruto, agressivo, provocador e titânico planeta das ações, que ainda por cima retrograda, o que acentua os desequilíbrios. Mercúrio também estará incluído, já que acompanha Urano, confronta Marte e pode promover maior confronto, maiores conflitos, más palavras, bate-bocas, rompimentos, acidentes de trânsito, gargalos mentais, desafios.
O grande quadrado se formará no céu desta semana é oportunidade única para realizar grandes mudanças, transformar e corrigir rotas de forma decisiva, de modo a matar o velho para inaugurar o novo. Pra quem? Para todos de forma geral e em especial para os nativos de Áries, Libra, Câncer e Capricórnio do segundo decanato. É bom lembrar que se o movimento é consciente, dói menos e pode trazer prazer e benefícios. Quando é inconsciente ou somos mais resistentes a realiza-lo, dói pra chuchu e causa mais estragos. É impossível passar impune aos atravessamentos dos planetas transpessoais.
O mesmo ocorre para aqueles que têm Lua, Ascendente ou planetas pessoais naquelas posições e mesmo para países, nações, empresas, instituições que tenham posições significativas de seus mapas astrais ali, naquelas áreas do zodíaco. O Brasil é um deles. Oba! Temos a oportunidade de mudar esse estado estagnado de coisas! Vamos lá? Porque em algo estagnado, controlado e restrito, a vida não se circula e a morte não tarda.
Na semana passada, dissemos: “não fique bobeando nem perdendo tempo: arrisque e vá em frente. O céu não está fácil mesmo, principalmente para os amadores. É preciso saber pra onde se está indo e aonde se quer chegar. Obstáculos sempre fazem parte do caminho, ainda mais em tempos tão desafiantes, controvertidos e controversos como esses. Por isso, é em cada um de nós que estão as respostas e não no mundo”.
E agora eu lhe pergunto: você está do lado dos humanos ou dos terranos?
Saturno continua a retrogradar no segundo decanato de Escorpião, propondo uma revisão profunda para os nativos de Touro, Escorpião, Leão e Aquário do segundo decanato. No mapa do Brasil, Saturno atravessa a região relativa ao Poder Executivo e ao Estado: temos desse modo uma oportunidade única para rever tudo profundamente: afinal de contas não dá mais pra continuar assim, nessa cegueira coletiva. É hora de acordar: faça a sua parte e exija mudanças.
Teremos ainda uma Lua Cheia com eclipse na terça-feira, dia 15 de abril, às 4h43: aceleração ou inversão de tendências à vista, na região do terceiro decanato de Áries-Libra, Câncer-Capricórnio.
Estamos atravessando um dos muitos divisores de água pelos quais passaremos nessa fase do planeta. É claro que o momento é agudo, mas chegamos até aqui através de um processo, que não terminará aqui tampouco.
De qualquer modo, não vai dar só pra contemplar: ou participa do processo, se posiciona e acha o seu lado, ou vai ser atropelado pela realidade. Simples assim!
Nesta semana não teremos previsões por signo para que nossas inquietações pessoais não nos desviem da importância do momento. E que tenham todos uma boa passagem!
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