Identificando os malefícios nas cartas

Publicado por Leonardo Chioda

A relação tarô-feitiçaria pode não ser alvo de muitas teorias na literatura arcana, mas para certos consulentes é uma obrigação do tarólogo dominá-la. Sobretudo em cidades do interior, entre pessoas mais simples, onde a superstição reina absoluta. Mesmo que seja um assunto relativamente negativo, é interessante exercitar a capacidade analógica das cartas para identificar males desejados e feitiçarias aos clientes. É uma questão que mesmo parecendo tola a um tarólogo pode muito bem tirar o sono de uma pessoa – independente da classe social, da crença e da experiência de vida. Quem nunca perdeu um tempo pensando em quem fala mal da gente? Ou mesmo em matutar sobre quem deseja algum mal?

Identificando os malefícios nas cartas

Abaixo você confere algumas associações confirmadas em atendimentos feitos por mim, mas é importante frisar que são apenas associações, nada é decretado como sendo o significado total ou final de um arcano no contexto da feitiçaria.

1. O Mago – indica inveja e maledicência. É uma pessoa falsa que pratica a difamação.

2. A Sacerdotisa – a bruxa e seu livro de feitiços. Já diz tudo quando se observa a figura enigmática sentada com seus olhos fixos em algum lugar (ou alguém), como que lendo rogando aquilo que está escrito em seu livro. Pessoa com inveja corrosiva, que não faz nada para mudar sua própria situação.

6. Os Amantes – oscilações emocionais podem ser

o desejo da pessoa, que quer ver o caos na relação amorosa do consulente. Ciúmes, inveja, a pessoa sabe que não conquistará o amor do consulente ou mesmo da(o) companheira(o) do consulente.

7. O Carro – o maledicente inveja o(s) automóvel(is) do consulente e pode desejar acidentes ou roubos. É preciso todo o cuidado possível.

8. A Justiça – pessoa que deseja justiça acima de tudo. Crê cegamente que não merece a realidade e por isso ninguém é merecedor de algo bom ou melhor.

9. O Eremita – quando associado a Saturno, indica a ação de um bruxo poderoso que pode lidar com sangue, morte e malefícios. Age sozinho.

12. O Enforcado – Pessoa que se faz de vítima, mas que na verdade quer mesmo é amarrar o consulente. Magoada, quer ver tudo acontecer de ponta cabeça na vida da outra.

13. A Morte – feitiçaria pesada, feita por quem entende do assunto. Frieza emocional, pode fazer sacrifícios animais, quer ver a destruição do consulente.

14. A Temperança – cogita procurar algum(a) feiticeiro(a), pois pensa em fazer o mal de forma mirabolante, mas é lento na decisão e dificilmente tem coragem de seguir adiante no malefício.

15. O Diabo – inveja, mágoa, maldade, pessoa humilhada, orgulho ferido, falta de fé; vale por todos os arcanos aqui tratados, pois tem a negatividade de todos neste contexto.

16. A Torre – a pessoa inveja os bens materiais do consulente e quer ver sua ruína física e a perda de objetos ou imóveis caros.

18. A Lua – pessoa emocionalmente desolada, quer ver a confusão reinar no nível afetivo do consulente, com brigas e rompimentos. É a lâmina da encruzilhada, da noite dos bruxedos. O maledicente quer ver lágrimas.

As respostas são pertinentes quando o consulente está convicto de sua suspeita. Não somos sacerdotes, mas temos a tarefa de responder (até certo ponto) às questões impostas na mesa de leitura. Vai de cada profissional, mas não custa dar uma espiada nas associações mais nítidas que encontramos nos Arcanos Maiores. Nos Menores, a coisa complica e se especifica. Reitero que essas associações devem ser trabalhadas de forma imparcial, neutra. Um tarólogo não impõe suas crenças, mas pode confirmar ou negar as do seu consulente na leitura. No mínimo (ou no máximo), vale por curiosidade. Até porque, curiosidade é o que não falta no longínquo horizonte da cartomancia.

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