Publicado por Kelma Mazziero

As duas maneiras mais conhecidas para se jogar Tarô são: embaralhando ou misturando todas as 78 cartas para dispor no método escolhido, ou, separando Arcanos Maiores (22 cartas) de Arcanos Menores (56 cartas) a fim de dispor uma carta de cada grupo na casa do método de jogo escolhido. Esse assunto gera bastante polêmica em torno de qual estilo seria mais eficiente. Porém é comum percebermos que, sabendo jogar e conhecendo bem a técnica utilizada, não há preferência definida para um ou outro formato.

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No caso de combinar as cartas (associando Arcano Maior + Arcano Menor) é preciso muita prática para que se adquira a tão esperada habilidade. A compreensão do método escolhido aliada ao conhecimento do assunto e a casa de jogo interpretada já delimitarão o foco de leitura. A partir daí, analisar o Arcano Maior dentro do assunto e utilizar a direção do Arcano Menor para especificar é o mais aconselhável. Por exemplo: Numa casa específica sobre finanças de um jogo (qualquer que seja o jogo definido pelo tarólogo) a combinação de Roda da Fortuna + 8 de Espadas pode ser interpretada como uma fase de transição financeira (Roda da Fortuna) que pode levar à perda ou descontrole do próprio dinheiro (8 de Espadas). No mesmo jogo, nessa mesma casa, saindo uma configuração de Roda da Fortuna + Às de Ouros é possível ver igual transição financeira (a Roda não mudaria seu atributo de transição e alteração no âmbito material) com possibilidades de realizações ou desfecho concreto (e favorável) de qualquer transação ou negociação que use o dinheiro do consulente. Sendo assim, a combinação de cartas pode ser utilizada dessa forma: com a indicação de atributo do Arcano Maior focado para o tema em questão, unindo dentro desse mesmo assunto, na casa analisada e a direção indicada pelo Arcano Menor.

É possível ver que a mesma Roda da Fortuna indica em casa financeira transição, alteração, movimento. Porém o Arcano Menor poderia direcionar essa mudança – para ganho ou dificuldade – dependendo a carta que for escolhida.

É por isso que a análise de Arcano Maior com Arcano Menor, juntos, pede estudo e prática. Não existe uma fórmula que apresente todas as combinações para todas as casas de jogos de Tarô sem que acabe retirando a espontaneidade de leitura do tarólogo. É mais importante trabalhar com a interpretação gradativamente, começando por analisar primeiro o atributo do Arcano Maior (na questão ou casa de jogo definidas) para, na sequência direcionar esse atributo usando o Arcano Menor. Naturalmente, a forma de dizer e de explicar a configuração segue o estilo e a formação de cada tarólogo. Não deve mudar o conceito, mas, certamente muda a forma de passar essa informação. Haverá situações nas quais surgirá um Arcano Maior indicando ruptura associada à Arcano Menor de crescimento; haverá situações nas quais o Arcano Maior indicará ganhos com um Arcano Menor de representação bloqueada. Uma carta nunca anula outra (tanto que é possível jogar com todas elas embaralhadas) mas, no caso de analisar em conjunto, uma complementaria a outra. É possível ter Arcano Maior que indique ruptura e ela seja bem assimilada ou pouco dramática (quando o Arcano Menor se mostra favorável ou realizador) bem como a hipótese de ter um Arcano Maior que indique crescimento e ganhos combinado a Arcano Menor que simbolize limitações, que resulte numa melhoria passageira ou limitada.

Evitando que uma carta anule a outra, que um Arcano mude o outro e buscando compreender como o Maior pode ser manifestado ou direcionado pelo Menor a leitura ficará mais clara, cada vez mais acessível. A prática trará ainda mais habilidade. E – mais importante que tudo isso – o importante é jogar com domínio e conhecimento. A forma de dispor as cartas é escolha do profissional, mas não deve jamais, mudar a qualidade das informações ali analisadas.

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