“Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos os que nos ofenderam.”
Mat. 6:12
A beleza no tarô está na sua inesgotável fonte de inspirações e ideias que ele nos proporciona. Pensando nisso, ao usarmos o tarô como ferramenta de diálogo interno com nós mesmos, percebemos o quanto ele tem a nos dizer; e mais, o quanto ainda temos a explorar o nosso mundo interior. Assim, o que o tarô teria a nos dizer sobre o ato de perdoar alguém?
Ao contemplamos a figura no Dez de Paus, o que nos vem de imediato à mente? Coitado deste senhor! Carrega um fardo enorme! Ele não vai dar conta. Capaz de cair a qualquer instante! E é exatamente essa a experiência que passa quem está tentando perdoar alguém. Não é tarefa fácil, aliás, muito esforço tem de ser feito para que se consiga tirar esse fardo que também está no coração. A figura nos traz a ideia de que o homem está trabalhando. Ou seja, está realizando um processo. E isso nos indica que está sendo feito em etapas e é não é algo que seja “pá pum”, pronto e acabou. Parece demorado, penoso. Assim, é a árdua tarefa de perdoar. Quem já perdoou e não derramou uma lágrima?
Apesar da força que a carta tem ao a confrontarmos com a questão do “o que é perdoar”, o que nos alenta é que a própria carta também nos fala dos frutos do perdão. Percebemos na figura que raminhos verdes despontam dos bastões. Isso é vida! O ato de perdoar gera vida!
Então façamos como o senhor do Dez de Paus, abracemos o fardo, e ao final do longo dia de tarefa, já de corações leves, perdoemos, porque o fardo do 10 da figura também pode estar no coração daquele que aguarda ser perdoado.