“A Cabala de Predição” de J. Iglesias Janeiro
La Cabala de Predicción é o título de um livro clássico da literatura esotérica. Seu autor – Jesus Iglesias Janeiro – nasceu na Argentina e elaborou várias obras do gênero, tendo publicado seus trabalhos pela Editora Kier de Buenos Aires.
Embora já falecido há muitos anos, a editora continua publicando, com sucesso, essa e outras obras como La Arcana de los Números, La Consciencia de los Números e Tarots Egípcios. Janeiro é autor, ainda, de outros livros, hoje só encontradas em sebos ou em bibliotecas de colecionadores: Autosuperación Integral, Manual Práctico de Prospección, Autosuperación Mental.
A Cabala de Predicción é um texto extenso, com muitas gravuras, que focaliza prioritariamente o tarô egípcio e sua interpretação, implementado pela série de lâminas – os 22 arcanos maiores e mais os 56 menores.
Tratando do tema, a Revista Planeta publicou uma excelente matéria que podia ser lida na Internet (Planeta na web). Mas houve um engano. Referindo-se à edição desse jogo é afirmado: “Criado em 1971, na Argentina, o tarô egípcio Kier…” Ocorre que o tarô da Kier é bem anterior ao da citada data.
À esquerda a carta 19, A Inspiração (O Sol), numa das primeiras edições da Kier, 1955.
No centro a mesma gravura, com alteração apenas na borda superior, de 1971
e, à direita, a reimpressão pela US Games, em 1984, com outras nuances de cores.
Fontes: 1955, jogo de propriedade de Eduardo Escalante; 1971, de Constantino K. Riemma; 1987, de www.trionfi.com
Em 1955 comprei o livro La Cabala de Predicción em Buenos Aires e, extasiado com o seu conteúdo, procurei seu autor. Tive o privilégio de entrar em contato com ele e, embora sendo eu muito jovem, trocar correspondências. Depois adquiri mais duas obras.
Ora, o livro em questão era o de uma segunda edição, datada de 1955. Portanto deve ter sido lançado, no mínimo em 1954 (certamente antes)… Lá estavam as mesmas gravuras que a Editora Kier publicou posteriormente com adição de cores. Portanto, o tarô egípcio Kier não foi criado em 1971, mas duas décadas antes, por seu autor – Iglesias Janeiro. Nas edições posteriores a editora apenas coloriu as lâminas – as originais eram em preto e branco. Na edição de 1955, as gravuras das cartas faziam parte do final do livro – como um adendo – impressas em folhas de cartolina, para serem recortadas e utilizadas.
Outros exemplos de cartas do Tarô Egípcio da Editorial Kier, impresso em1955.
Fonte: jogo de propriedade de Eduardo Escalante.
Para comentar estes fatos, enviei mensagem à Planeta. Mas, na seção do leitor, em vez de agradecer o esclarecimento, foi dada uma resposta agressiva. A Editora Kier, por sua vez, agradeceu as considerações, sim. Só isso.
Contato com o autor:
Eduardo Escalante – eescala@terra.com.br
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