Posted by: Vera Vilanova

“Diferente de um “rio que corre”, o tempo não se comporta da forma como o percebemos. Passado, presente efuturo existem simultaneamente, mas em dimensões diferentes. Esse é o fundamento por trás do conceito do “Bloco universal”, defendido pelo professor Bradford Skow”. [Fonte: Renato Mota, Olhar Digital]


“Em tempos em que a pandemia vai e vem do noticiário na mesma intensidade que a esperança do mundo sobre a possibilidade de ver dias melhores, é um tanto surpreendente ver conceitos mais complexos da ficção-científica ganharem maior visibilidade entre o público e atingirem de vez a tal cultura pop. Isso inclui a ideia de múltiplas realidades, uma teoria clássica da física quântica que no último ano parece ter atingido de vez o audiovisual graças a produções como Dark, Homem-Aranha no Aranhaverso, e — mais recentemente — Loki. [Fonte: Pedro Strazza, ComCiência]

Ícone da série e os atores Mel Lisboa e Seu Jorge Foto de Bruno Poletti
Ícone da série e os atores Mel Lisboa e Seu Jorge Foto de Bruno Poletti

Dentro desse conceito de múltiplas realidades, Paciente 63 é a nova série Original Spotify que possui 10 episódios e é protagonizada por Seu Jorge e Mel Lisboa. Paciente 63 conta a história do cliente de uma psiquiatra que jura ser um viajante do tempo e ter vindo do futuro, do ano de 2062, para evitar a hecatombe da humanidade, num mundo marcado por doenças e distanciamento entre seres humanos. O título, discreto, dá ideia apenas de algo clínico, mas é muito mais envolvente do que se pode esperar. Com episódios curtos, diálogos pontuais e bem colocados e um roteiro brilhante, isso sem falar nas atuações consistentes dos personagens.


A série se passa em outubro de 2022, num contexto em que o Brasil está se erguendo após a pandemia do Coronavírus, e acompanha os relatos de Pedro Roiter (Seu Jorge) à psiquiatra Elisa Amaral (Mel Lisboa) em sessões terapêuticas de rotina, que logo se transformam em um embate entre a realidade e o delírio, o real e o possível. Uma história que transita entre o futuro e o passado de dois personagens que podem ter nas mãos o futuro da humanidade.


Após ter sido encontrado na rua nu, com comportamento agitado e violento e ser diagnosticado com psicose paranóide, Pedro alerta Elisa que o mundo a partir do ano de 2033, se tornará um caos completo, onde mídias sociais não existem mais e um novo vírus (Pégaso) será o mais fatal de todos os tempos. Para que isso não aconteça será necessário convencer a médica de ajudá-lo a impedir tais fatos, mas a tarefa é bem mais difícil do que se imagina.


A cada capítulo, a médica questiona o paciente sobre suas afirmações absurdas; ele, por sua vez, dá respostas que a deixam em dúvida sobre o possível e o real. O viajante que se apresenta como Pedro não sabe dizer, por exemplo, quais números saíram na loteria ou quem ganhou a Copa do Mundo, mas ele tem informações muito específicas sobre Eliza e também sobre o rumo da sociedade.


Rápida, agradável, com roteiro impecável e que termina com a necessidade de uma continuação, a minissérie Paciente 63 é sem dúvidas um passatempo inteligente e bem feito, não só para os fãs de ficção, mas para quem adora ter elementos diversos para pensar em situações que às vezes, nem a gente mesmo acredita. Quem gosta de ficção científica, principalmente daquelas que fazem críticas pertinentes a sociedade a ao direcionamento da humanidade daqui para o futuro, terá em Paciente 63 uma série imperdível.


O roteiro do chileno Julio Rojas nos prende desde seus primeiros minutos. A série foi lançada originalmente na língua espanhola e, só agora, ganhou uma adaptação Brasileira.


Os 10 episódios estão disponíveis gratuitamente no Spotify:


https://open.spotify.com/show/4oh9G7rQXhTjI0mrXuuKm1? si=5c057e3172904f5f

Deixe um comentário