Previsões x resultados: Copa de Futebol de 2010

Publicado por Redação Clube do Tarô

E o Brasil não passou…
Abelard Gregorian

 

 
Para avaliar o desempenho do Brasil na Copa do Mundo de Futebol, em 2010, fiz uma tiragem para quatro ângulos da questão [confira]. Saíram as seguintes cartas:

Entendi que, numa competição como essa, com muitos interesses materiais em jogo (Rainha de Ouros), o Brasil tem a seu favor uma indiscutível imagem de favoritismo e se mostra atraente para os apreciadores do futebol (Rei de Copas). Neste evento, porém, as condições materiais e técnicas da seleção brasileira não se mostram à altura do seu prestígio (Valete de Ouros) e os prognósticos são pouco expressivos: talvez não passe da segunda fase ou, na melhor das hipóteses, fique no segundo degrau da classificação final (Papisa).

Avaliação. De fato, o Brasil passou da segunda etapa (arcano 2, a Papisa) mas não conseguiu transpor a seguinte. O Valete de Ouros, que representava os “contras”, confirmou a insuficiência de resultados.

 

Sérvia, Inglaterra e Espanha
Angélica Lavenir

 

 
Eu previ que a Sérvia seria campeã do mundo, em 2010 [confira]. Um “furo”, nos dois sentidos possíveis: o de frustração ou erro, e o de sensação. Era uma previsão tão ousada e inesperada, que dois veículos de imprensa pediram permissão para reproduzi-la, sem contar os blogs que a reproduziram sem pedido mesmo. E quando a Sérvia ganhou da Alemanha – que tinha sido o primeiro time a dar goleada na Copa! – , cheguei a sentir um calafrio de medo: e se minha previsão se confirmasse? Eu não queria ficar num aquário, exposta à curiosidade e admiração públicas, como o polvo alemão. Esse não é o fim da história.

Na explicação para minha previsão, publicada em janeiro, eu disse: A carta para definir o campeão da Copa foi O Diabo. Olhando a carta, pensei na Inglaterra colonial ou na Espanha S.A. de hoje em dia (um cara meio hermafrodita que subjuga outros…). Portanto, amigos, eu tinha acertado, na leitura primeira e instintiva! Só que não confiei nisso e quis colocar a cabeça para funcionar e dar respaldo mais concreto à leitura… Não funcionou. Portanto, a minha tentativa me serviu de aprendizado em mais de um sentido. Tentarei praticar, para fazer melhor previsão em 2014…

 

 

“Não vai dar para a saída…”
Benedita Rodrigues

Previsão em dezembro.2009: No esporte grandes novidades em outras modalidades, mas no quesito futebol nossa turma não vai dar nem para a saída.
Avaliação de 20.junho.2010. Ainda nas oitavas de final, a taróloga de Brasilia enviou sua avaliação para o responsável pelo Clube do Tarô:

Constantino, meu amigo, continuo com a minha previsão de que o nosso Brasil não traz para a casa a taça: a competição entre os jogadores vai ser maior do que a garra.

 

A Imperatriz e o “Polvo Profeta”
Giancarlo Kind Schmid

 

 
Análise de dezembro de 2009: Sem que os esforços de esportistas do sexo masculino sejam desfavorecidos, o arcano promete mais conquistas entre as mulheres. Por si só, isso pode significar a impossibilidade de nossa seleção de futebol garantir mais um caneco na próxima Copa. Por um lado, pode sugerir grandes frustrações; por outro, a chance de corrigir erros infantis para que não se repitam numa próxima competição. O Brasil precisará dar tudo de si para jogar seu famoso “futebol arte”.

Diante do ano da Imperatriz, não tivemos uma Copa com destaque para os times que tradicionalmente sempre alcançaram semifinais (ou finais) do torneio, como poderíamos esperar de Argentina, Brasil, Itália e França. Ao contrário, chegamos com dois times que poderíamos considerar “quase uma zebra”, como foi o caso da Holanda e Espanha. Duas equipes com forte apelo feminino (torcidas e culturas). Em ambas as torcidas (não esquecendo outras importantes), mulheres bonitas fizeram frente, ganhando inclusive destaque na mídia. Nada poderíamos esperar de diferente, já que é um ano onde a beleza tem seus privilégios. No entanto, essa mesma beleza não foi revelada pelo futebol de uma grande maioria (a maior parte do tempo), revelando um campeonato mediano, com poucos gols e com muitos técnicos estressados, irreverentes, mal educados e soberbos. Enfim, não foi uma vibração que pudesse ajudar esportistas do sexo masculino (e nem seus representantes).

O Brasil, infelizmente, ao invés de ser guiado pela confiança mútua (e espírito de equipe), deixou-se levar pelos arroubos de um técnico “a la Imperador com pitadas de O Carro” (nosso “anão” Dunga) transmitindo a toda equipe uma tensão que acabou transbordando em campo, surpreendendo inclusive aqueles que viam no “educado, religioso, simpático e disciplinado” Kaká um comportamento sequer esperado (tudo relacionado a ações infantis, impensadas).

Considerando que todos somos humanos e ninguém “tem sangue de barata”, é complicado ceder a provocações durante o maior campeonato esportivo da face da Terra – só chegam lá os grandes estrategistas e os fortes (e também os pacientes).

Enfim, a derrota do Brasil para a Holanda é um claro sinal que ser fleumático é bem melhor do que ser afoito, principalmente num ano da Imperatriz. Aqueles que vieram jogando com “a espada desembainhada” (valendo-se da força e violência) caíram um a um, e a última equipe (Holanda) provou isso, pois quis jogar cometendo faltas graves em cima da tecnicidade e destreza espanhola. Merecidamente, a Espanha (cuja simbologia é bem feminina) conquistou o campeonato de 2010 no continente africano (a Mãe África, outra simbologia relativa à Imperatriz), legando-nos uma velha lição de que “devagar se vai ao longe”. Vamos aguardar 2014 (cujo arcano será o 7, “O Carro”) e o evento que aqui ocorrerá, cobrando de nossa equipe uma vontade e determinação que nada poderá intimidar.

Para nós, tarólogos, a lição veio do “Polvo Profeta”: não é preciso possuir muito cérebro para ser certeiro nas previsões. A adivinhação ganhou mais destaque entre os animais do que entre seres humanos – uma outra simbologia a ser extraída do ano da Imperatriz, onde a natureza e todas as formas de vida ganham maior evidência.

Boa sorte em 2014, nos vemos lá!

 

 

Altos e Baixos: o Oscilante Desempenho do Brasil
Ricardo Pereira

 
Para a previsão sobre o desempenho de nossa seleção na Copa do Mundo de 2010 utilizei o método Ut Universi.

Na Casa 3 do método, a qual versa sobre o “Tema 3” – Copa 2010 (Desempenho da Seleção), manifestou-se o arcano maior “A Roda da Fortuna” em conjunto com o “4 de Copas”, destacando e confirmando o prognóstico do oscilante e decepcionante desempenho da seleção brasileira na Copa de 2010 na África do Sul. Os altos e baixos de desempenho foram marcantes do ponto de vista da campanha de nossa seleção no referido pleito desportivo internacional.

A partir da análise do primeiro jogo contra a Coréia do Norte, a mídia internacional avaliou que o Brasil precisaria melhorar muito do ponto de vista técnico e ofensivo, se quisesse tornar-se hexacampeão. Nesse contexto, o jornal espanhol “A Marca”, estampou a seguinte manchete em sua primeira página: “Brasil passa pela estreia com apuros”.

Tal manchete registra exatamente o primeiro momento de “baixo” desempenho de nossa seleção previsto pelo arcano maior “A Roda da Fortuna”. (ARANTES, 2010).

O segundo jogo contra a Costa do Marfim, influenciada sob a energia de oscilação desse arcano maior, a seleção teve o seu primeiro instante de “alto” desempenho na competição, vencendo o adversário por 3 a 1, com a mídia internacional ilustrando que o Brasil atuou de forma convincente, tanto que na Inglaterra, por exemplo, o jornal “The Sun” destacou a chamada “Fabuloso” em sua capa, reconhecendo os dois gols de Luís Fabiano e o retorno do bom futebol dos “Samba Boys”. (UOL ESPORTE, 2010).

A terceira partida contra Portugal não passou do “Zero a Zero”, com o Brasil jogando de forma apática (“4 de Copas”), com uma armação ineficiente, confirmando-se o segundo momento de “baixo” desempenho da seleção conforme o que foi pressagiado pelo conjunto de arcanos “A Roda da Fortuna” e “4 de Copas”. O empate sem gols foi objeto de críticas da mídia internacional. O “The Sun” colocou na manchete de primeira página o termo: “Brassssssssssssssssssssssssssssssssssssil”, fazendo referência ao tédio (“4 de Copas”) e ao sono que a partida entre Brasil e Portugal gerou nos torcedores. (FOLHA ONLINE, 2010). O Brasil passa para a próxima fase deixando um evidente grau de incerteza, tanto em torcedores, quanto na mídia internacional, a respeito do seu futuro desempenho.

Na quarta partida contra o Chile, nas Oitavas de final, temos um novo e segundo momento de “alto” desempenho e revira-volta na atuação em campo da nossa seleção, como previsto pelo arcano maior “A Roda da Fortuna”. O Brasil vence os chilenos por 3 a zero. Nesse âmbito, o diário esportivo francês “L’Équippe” estampou a manchete: “Brasil, um voo alto”, a fim de enaltecer a boa atuação do Brasil contra o Chile, esboçando certa confiança na campanha de Dunga na África do Sul, a qual poderia, se tal desempenho fosse constante, render um positivo resultado para o Brasil até o fim da copa. (O GLOBO, 2010).

Nas quartas de final, no jogo entre Brasil e a Holanda prevalece, em todo o momento, um clima de tensão e mais uma vez o “A Roda da Fortuna” faz um movimento descendente, provocando o terceiro momento de “baixa” de atuação da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010. Enquanto no primeiro tempo a seleção jogou seguramente uma boa a partida, no segundo, sem organização tática e convicção do que fazer em campo, a seleção de Dunga se despedia surpreendentemente, deixando visível no rosto do torcedor brasileiro a decepção por um placar de virada da Holanda por 2 a 1, assim como a marca da frustração, conforme prognosticado pelo “4 de Copas”, por não mais poder, em 2010, levar o hexacampeonato.

De fato, fatores técnicos e comportamentais garantiram os reais altos e baixos do desempenho de nossa seleção, tão objetivamente previstos pelo arcano maior “A Roda da Fortuna” fazendo com que o nosso time realmente não garantisse uma colocação razoável para o Brasil ao fim da Copa de 2010, ou seja, galgamos um pífio 6° lugar, causando aos torcedores brasileiros um sentimento real de frustração com tal resultado, algo bem ao estilo de uma predição efetivamente sinalizada pelo arcano menor “4 de Copas”.

Elefantes brancos
Rui Sá Silva Barros

 

 
Não fiz nenhuma previsão para o resultado do torneio, pois não acompanhava futebol regularmente. Fiz menção ao potencial de problemas com a realização sob uma configuração astrológica difícil. As notícias provenientes da África do Sul eram inquietantes: atraso das obras, greves, apagões elétricos, segurança precária e ameaças de atentados [confira]. Felizmente não ocorreu nenhum problema sério.

Esqueci algo óbvio, o futebol. A triangulação – Saturno, Urano e Plutão – esteve presente no jogo defensivo (muitos 1X0 e 1X1), duro e ríspido; em falhas de arbitragem comprometedoras e nos conflitos entre torcedores, seleções, técnicos e imprensa, em todas as composições possíveis. O jogo final resumiu tudo. Os africanos ficam com elefantes brancos e perdem dezenas de milhares de empregos temporários.

O esporte caiu sob total domínio do Capital, algo inevitável. O chato é que agora esse processo progrediu um pouco mais: clubes europeus lavam dinheiro do crime organizado, jogadores são fotografados na companhia de bandidos e frequentam o noticiário policial. A paixão popular é engolfada também pela barbárie reinante.

 

 

Avaliação e releitura
Titi Vidal e Luiz Felipe Camargo Pinheiro

 

 
Os prognósticos em dezembro.2009 foram os seguintes:

Idéia de muita luta. Os jogadores sentem o peso de defender a seleção até o último momento. Haverá necessidade de equilíbrio emocional e profissional e muito cuidado com vaidade, para isso não interferir negativamente.

O resultado do Brasil é expressivo, tem comemoração e o povo fica feliz e satisfeito com o resultado. O resultado é justo, na medida do esforço. Mas a seleção carrega incertezas até o último momento, com a idéia de que em alguns momentos é até sacrificante.

As conquistas vêm mediante mudanças profundas na postura ao longo dos jogos. Os envolvidos precisam levar mais a sério e lutar bravamente para ter bons resultados.

 

 

Avaliação

 
De fato houve muita luta e como apontado pelas cartas, faltou equilíbrio emocional aos jogadores e, dadas as condições, se fez a necessidade de lutar até o último momento. Pudemos assistir a vaidade interferindo negativamente, uma vez que não houve um trabalho em equipe.

A leitura foi frágil em relação à possibilidade de um resultado expressivo e comemoração do povo.
Porém, foi acertado em relação ao resultado justo, na medida do esforço, pois foi o que aconteceu. Percebemos no último jogo a incerteza e até mesmo aspectos do sacrifício.

Como não houve as mudanças que se faziam necessárias e que foram apontadas por especialistas, a participação do Brasil acabou de maneira prematura. Até porque não houve organização necessária que permitisse levar a sério o jogo, bem como as responsabilidades.

Interpretando a tiragem depois dos resultados

 

 
Um 10 de Paus representando a situação mostra o sacrifício e o peso da responsabilidade, a dificuldade de se arcar com o próprio fardo a ser carregado.

O 6 de Ouros regendo o jogo mostra a possibilidade de administrar os próprios recursos. Ressalta a idéia de que se houvesse equilíbrio emocional e físico seria possível dar conta do recado, utilizando os próprios recursos e potenciais.

O 2 de Ouros no negativo mostra como a participação da seleção exigia mais equilíbrio e alertava para os cuidados com o estrelismo e o perigo de entrar no clima do “já ganhou”.

O 9 de Copas no positivo mostrava que poderia haver muito prazer, descontração e alegria na forma de jogar, ressaltando o lado do futebol arte.

O Rei de Paus como resposta lembra a necessidade que os brasileiros tinham de agir de forma madura e consciente, empenhados em trabalhar por uma meta e por um objetivo. Era esta a carta que mais indicava o resultado justo, na medida do esforço.

A Morte e o Imperador como confirmação da resposta torna possível entender que existe necessidade de mudanças no jeito de jogar ou nos rumos da própria seleção, talvez a fim de construir um ponto de equilíbrio sobre a força e o potencial que o time detém. Também vimos a Morte acontecer na pronta demissão do técnico Dunga. Além disso, essa combinação mostra que se o Brasil pretende ter bons resultados em 2014, precisa haver amadurecimento, esforço e a firmeza de quem reconhece seu poder sem se deixar levar por ele.