Sheila Blanco nasceu em Salamanca e estudou piano e canto clássico – um termo da ópera usado para descrever um estilo de voz – no Conservatório de Salamanca. Conheceu a banda argentina Toch, formada pelos irmãos Juan Pablo, Andrés Theaux e Martin Elena, e com Toch começa a tocar no circuito de salas madrilenhas ganhando o prêmio de melhor banda. Junto com eles grava seu primeiro disco de estúdio.
“Estuda expressão corporal com Arnold Taraborrelli, se interessa por diferentes técnicas vocais modernas. Em 2010 passa a ser vocalista do quinteto de jazz & blues Larry Martin junto com o próprio Larry Martin, Richie Ferrer, Enrique Garcia e Domingo Sanchez. Com eles percorre grande parte do território nacional e internacional cantando em festivais e salas de jazz, gravando nessa época Everything must change, último trabalho de estúdio do mítico baterista madrilenho antes de seu falecimento.
A harmonia do Badinerie da Suíte Nº 2 em si menor de Johann Sebastian Bach acompanha a canção de Sheila Blanco que conta, com a pureza de sua voz, a vida do autor do século XVII. A cantora espanhola, com uma expressão calma e alegre, segue o ritmo da composição e comenta: “se alguma vez existiu um Deus, foi Johann Sebastian Bach”.
A importância do compositor barroco na vida de Sheila Blanco remonta ao Conservatório Profissional de Música da cidade de Salamanca, Espanha, onde estudou a perfeição técnica e estética da obra de Bach, ano após ano.
A partir desse momento, o autor dos Concertos de Brandemburgo e das Variações Goldberg tornou-se uma referência para a vida pessoal e artística da compositora espanhola. “É muito próximo de mim porque é o que mais ouço e é aquele que sempre vou quando quero tocar música clássica”, acrescenta.
A gênese do gosto musical, relata Sheila para o El Diario, começou na infância pelo carinho dos pais e por ter sempre em mente a harmonia da voz da mãe, que é uma grande cantora; tocando e ouvindo as músicas dos grandes compositores no piano da casa, no sistema de som e em cada momento da vida cotidiana. Para ela e suas irmãs, a pedagogia musical do conservatório acompanhou os demais ensinamentos de sua juventude”.
“É uma arte incompreensível como nenhuma outra e ao ouvir uma nota, uma melodia, uma canção, ouvir o som de um instrumento, podemos reviver momentos da nossa vida, momentos felizes, momentos tristes, pessoas que associamos a determinadas canções. Nesse sentido é, para mim, a arte mais mágica de todas”, comenta. [Crédito: El Diario]
Esse motivo a levou a iniciar 2020, justamente no dia 15 de janeiro, com uma homenagem ao compositor mais amado por ela, Johann Sebastian Bach, contando sua biografia.
A recepção do público nas redes sociais foi positiva e deu origem a uma nova ideia denominada “Bioclássicos” (biografia dos clássicos). Este projeto, escrito por ela, caracteriza-se por misturar a linguagem contemporânea com o rigor histórico de cada personagem e com sua composição.
Assista à Badinerie da Suíte Nº 2 em si menor de Johann Sebastian Bach cantada por Sheila Blanco.
No vídeo podem ser acionadas legendas em espanhol. Uma alternativa é acompanhar o canto de Sheila Blanco com a tradução abaixo:
“No que diz respeito à composição há muitos autores que merecem um programa: Mozart, Beethoven, Chopin, Debussy, todos eles irrepetíveis mas há um que é incomparável porque o seu legado musical é colossal. É barroco, pródigo, espiritual, indescritível, é a música de Deus: Johann Sebastian Bach. Se você for morar em Marte, leve The Passion of Saint Matthew com você. Se você precisa relaxar e fluir, ouça as Variações Goldberg e os shows de Brandenburg, não se esqueça da Suite no. 2 menor em Si, que te pega, te subjuga, te ilumina, te sublima, te alucina ao terminar este Badinerie.”
“Que tio trabalhador era o Sr. Bach! O dia todo ele compõe o que compõe! Mas a coisa não acaba aí, não, não! Além de compor e ter 20 filhos, foi cantor, cravo, violinista, organista, violista e alemão e luterano. Mas a coisa mais maluca em sua história é que quando JS morreu, seu imenso legado foi enterrado e Felix Mendelssohn teve que vir para fazer cumprir a obra de Juan Sebastián Bach e construir sua reputação quase do zero. Ele nasceu há mais de 3 séculos e suas obras são ouvidas todos os dias, o que Bach faria com um bom Instagram?”
“Se no século XVII existisse a internet, Bach tweetando suas partes, mais retuítes do que Rosália e com sua peruca youtuber branca. Se você está cansado de reggaeton, ouça Bach e preste atenção, em suas oitavas e semicolcheias está a história da nossa Humanidade, não perca tempo e vá se divertir, se Deus existiu foi Juan Sebastián Bach.”
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