Figuras da Corte e Arcanos Menores

Figuras da Corte
e Arcanos Menores

As Figuras (A Corte)

As 16 figuras dos arcanos menores – Reis, Rainhas (ou Damas), Cavaleiros e Valetes (ou Pajens), repetidos em quatro naipes — Paus, Ouros, Espadas e Copas — constituem personagens intermediários entre a abstração dos números — cartas de 1 a 10 — e os arcanos maiores com suas representações humanas e animais claramente diferenciadas entre si. As figuras ocupam, desse modo, um posto duplo no baralho: estão encadeadas à ordenação dos naipes e, ao mesmo tempo, fazem ponte com os modelos dos arcanos maiores. Embora repetidas em cada naipe, são muitas vezes consideradas como um terceiro grupo de cartas.

Essa dualidade talvez explique o fato de encontrarmos poucos estudos de profundidade sobre as figuras dos arcanos menores. São raros os textos que trazem uma visão de conjunto das 16 cartas.

Rei, Rainha, Cavaleiro e Valete. São quatro as figuras, no Tarô clássico, para cada naipe.

Parece coerente que as figuras dos arcanos menores do Tarô obedeçam ao princípio do quaternário (quatro séries de quatro figuras). É assim que estão desenhados os mais antigos tarôs dos quais se tem registros históricos, a partir do final do século XIV. No entanto, o conjunto das quatro figuras dos tarôs mais antigos foi inexplicavelmente reduzido no baralho comum, utilizado hoje em dia, com a supressão do Cavaleiro, na maior parte dos casos, restando apenas o Rei, a Dama e o Valete.

No caso dos jogos destinados à recreação, os baralhos mais difundidos — o francês e o espanhol — suprimem arbitrariamente uma das figuras de cada série.

O baralho espanhol moderno suprimiu a Rainha. Foram mantidos o Rei, o Cavaleiro e o Valete

No que diz respeito ao baralho espanhol, é provável que esta supressão tenha sido estabelecida para aproveitar as possibilidades combinatórias da dezena (já que neste baralho as cartas numeradas vão apenas do ás ao sete). Neste caso, cada naipe fica constituído por 10 cartas: 7 numeradas, mais 3 figuras.

A justificativa que podemos dar para a redução do número de cartas no baralho espanhol não se aplica ao francês, que soma 13 cartas para cada naipe, isto é, 10 numeradas, mais 3 figuras.

O baralho francês suprimiu o Cavaleiro. Manteve o Rei, a Rainha (ou Dama) e o Valete.

Como não dispomos de registros suficientes, não podemos afirmar categoricamente que essa redução de quatro para três figuras tenha sido uma simples mutilação dos tarôs mais antigos, como é o caso do Visconti Sforza (1450). O antecessor árabe, o baralho Mamluk, traz apenas três personagens da corte, o que pode sugerir que na adaptação européia foi adicionada uma quarta carta.

Seja como for, uma constatação simbólica pode ser feita. Com apenas três figuras, por naipe, cada uma delas poderá ser colocada em relação com a ordem do ternário (três forças: positiva, negativa e neutra) que, combinadas com os 4 naipes (ou os quatro elementos), resultaria no rico sentido do número 12, do dodecadenário, dos 12 signos do zodíaco.

“Os doze signos do zodíaco, — como lembra Patrick Paul — os doze meses, os doze apóstolos, os doze trabalhos de Hércules, os doze meridianos da acupuntura, os doze semitons da oitava, as doze horas do dia nas civilizações tradicionais, são exemplos das doze energias do homem em evolução no transcorrer do tempo pela diferenciação e manifestação do princípio ativo, o espírito, no princípio passivo, a substância”. Doze simboliza os doze lugares nos quais o Tempo circula, ou seja, a interpenetração do Espaço e do Tempo, que determina o limite do nosso mundo cósmico.

As figuras e os quatro elementos

Os significados simbólicos dos quatro elementos constitui a primeira grande chave para compreensão dos quatro naipes e de suas respectivas figuras. Embora existam diferentes pontos de vista sobre as correspondências entre os elementos e as figuras, encontramos uma relativa concordância com relação aos vínculos entre os elementos e os naipes:

Fogo: naipe de Paus, figura do Rei
Água: naipe de Copas, figura da Dama
Ar: naipe de Espadas, figura do Cavaleiro
Terra: naipe de Ouros, figura do Valete

As 16 figuras também podem ser compreendidas como combinações dos quatro elementos, ou seja: 4 x 4 = 16:

Nesse quadro de referência, as figuras dos Arcanos Menores podem ser consideradas expressões dos quatro naipes e dos quatro elementos. Cada uma das quatro figuras de cada naipe concentra em si as características de um dos elementos, além de possuir as do naipe a qual pertence. Desse modo, o Rei de Paus representará uma dupla influência de Paus e do elemento fogo. Pela mesma razão, a Dama de Copas representa a pura essência desse naipe, o mesmo acontecendo com o Cavaleiro de Espadas e o Valete de Ouros.


Fontes e detalhes sobre as figuras

Nos tópicos sobre as figuras — Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes — apresentamos significados que lhes são atribuídos comumente nos manuais sobre o Tarô e a cartomancia. Constituem uma simples referencia para o estudo e não devem ser consideradas como tabelas de leitura, nem sínteses adivinhatórias.

Não podemos esquecer que o Tarô é uma linguagem simbólica que nos ajuda a desenvolver a arte combinatória. Reduzi-lo a um simples receituário é depreciar sua maior riqueza. Mesmo em sua utilização mais ampla, como orientação prática para situações de vida, cada carta pode ser lida por oposição, contraste ou analogia com todas as outras restantes que compõem uma tiragem. O significado de cada carta varia em relação ao conjunto, à questão colocada e, principalmente, com o nível de compreensão de quem faz a leitura.

O Significado das Figuras da Corte

O Significado dos Valetes

Valetes ou Pajens Seu simbolismo básico é o de filho, num sentido estático, e de mensageiro ou peregrino, num sentido dinâmico. É o que soluciona os conflitos emanados das outras três figuras e, por contraposição, o grau inicial da via iniciática. Nesta acepção – e também por sua riqueza potencial – pode ser relacionado aos [...]

O Significado dos Cavaleiros

A figura do cavaleiro talvez seja a mais rica quanto às possibilidades de relatos históricos, visto responder a um simbolismo relacionado ao ritual das ordens de cavalaria. Neste sentido, é notável a coincidência entre o período de formação do Tarô e a histórica e lendária Ordem dos Templários, fundada sob os muros de Jerusalém, em [...]

O Significado das Rainhas

O simbolismo da Rainha, ou da Dama, como é designada no baralho comum, tem relação com o Naipe de Copas e a tudo que se refere à ânfora, ao recipiente que contém, à capacidade feminina de concepção e ao desenvolvimento interno daquilo que é concebido. Num primeiro nível, a Dama significa claramente a Mãe, mas [...]

O Significado dos Reis

Nas tradições primordiais o rei era considerado o modelo do herói. Como imagem arquetípica é a representação do homem universal; é o Adam Kadmon dos cabalistas, o Adão terrestre, que leva o propósito da encarnação ao seu maior potencial. Como Adão, é também metáfora transparente do pai, do fundador dos povos, do poder gerador. Num plano [...]

Estudos sobre as Figuras da Corte

Cartas da corte – exercicios para
ampliar as percepções

Dentre os arcanos do tarot as cartas da corte são as que costumam representar maior dificuldade para quem está se iniciando. A maioria das pessoas não sabe quando devem encará-las como pessoas que participam da vida de quem está se consultando, ou como posturas que o consulente vem assumindo em sua vida ou, ainda, como […]

O Cavaleiro de Copas à flor da pele

O verbo amar funciona de uma forma bem curiosa em nosso idioma. Ele é um verbo transitivo direto, ou seja, é um verbo que precisa de um complemento. Mas esse complemento vem acoplado ao verbo, isto é, não se usa nenhuma preposição entre o verbo e seu complemento. Quando alguém diz “eu amo”, esse alguém […]

As figuras da corte e suas associações elementais

Para entendermos melhor as figuras da corte, precisamos buscar nas raízes de sua significância, o número 4. A estrutura numérica dos chamados Arcanos Menores é totalmente baseada nesse número – são cinquenta e seis cartas, divididas em quatro grupos de catorze cartas – os naipes. Dessas catorze cartas, dez são numeradas e quatro são figuras […]

Cartas da corte, as máscaras da alma

Entre os setenta e oito arcanos do tarot há um delicado equilíbrio entre os três níveis de seu corpo simbólico que deve ser entendido e respeitado para que seu máximo potencial de análise, diagnóstico psíquico, ou predição seja aproveitado. O primeiro conjunto de arcanos (Mistério ou segredo em latim) tem vinte e dois trunfos e […]

Cartas da corte: figuras emblemáticas

É sabido que as pessoas do signo de Escorpião têm como essência, em suas personalidades, atitudes de transformação. Se somarmos a isso uma estruturação psíquica Sintética, que polariza o racional e o místico, torna-se natural o modo de sentir o mundo de duas maneiras diferentes. É assim que tendo como prioridade a recombinação de coisas […]

Os rapazes do Tarô

Uma relação dos Pajens e Cavaleiros com os tipos masculinos O Tarô é composto por 22 arcanos maiores e 56 menores. Dentre os arcanos menores, existem quatro Pajens e quatro Cavaleiros, que junto aos Reis e Rainhas compõem a corte do Tarô. Cada um deles tem sua personalidade e podemos associá-las a tipos de homens. […]

As Cartas da Corte

As Cartas da Corte – Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajem (ou Valete) – repetem-se nos quatros naipes – fogo, copas, ar e terra – no total de 16 cartas.   O Rei [one_third last=”no”] [/one_third] [two_third last=”yes”] Todos os reis são representantes do elemento fogo em cada naipe, expressando ação, iniciativa e poder de diversas […]

As quatro figuras

As quatro figuras, Rei, Dama, Cavaleiro e Pajem, simbolizam forças, atividades ou personagens dos naipes, cujas características são análogas aos componentes do Tetragramaton: Iud (Rei), He (Rainha), Vav (Cavaleiro) e 2º He (Pajem).

Arcanos Menores – os mensageiros da Alma

Os arcanos menores são o conjunto de 56 cartas, divididos em quatro grupos que correspondem ao simbolismo dos quatro elementos e que também se aplicam à natureza da psique humana. Como alguns pesquisadores propõem, os quatro naipes podem representar ainda as quatro estações do ano, as classes sociais da Idade Média, entre outras analogias.

O Baralho Espanhol – História, estrutura e interpretação cartomântica

A Espanha desempenhou um papel fundamental na história de cartas de jogar na Europa e na América Latina. O início da história dessas cartas na Europa possivelmente esteve relacionado com a invasão do norte da África, Espanha e Sicília por forças islâmicas durante o sultanato mameluco do Egito, que terminou em 1517.

O Baralho Petit Lenormand – Baralho Cigano

Resumo simbólico das cartas para os Iniciantes Este resumo foi extraído do livro Baralho Petit Lenormand – Teoria & Prática, (veja resenha) de Geraldo Spacassassi, como uma contribuição aos estudantes/praticantes desse famoso oráculo francês, criado por Marie-Anne Adelaide Lenormand, mais conhecida como Mlle. Lenormand. O Petit Lenormand, publicado originalmente em 1840, deu origem a uma […]