The Lovers’ Tarot ou O Tarô dos Amantes é mais uma criação da escritora e astróloga Jane Lyle, cujas gravuras recebem a assinatura de Oliver Burston. Em sua primeira versão datada de 1992, teve como propósito apresentar ao público apenas os Arcanos Maiores, sendo estes em formato grande e vistoso; mas nada palpável para a realidade do cotidiano de quem intencionava manuseá-lo.
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Essa primeira edição foi traduzida no Brasil como O Tarô do Amor. Somente em 2003 foram publicadas as 78 cartas; desta vez com medidas comuns e apropriadas para o lançamento em conjunto.
As ilustrações das 22 Cartas e das Figuras da Corte (veja a Galeria Completa) são elaboradas colagens de beleza poética em estilo renascentista, já as Cartas Numeradas seguem o padrão do tarô clássico, posto serem reproduzidas através da imagem numérica com o símbolo de cada um dos quatro naipes em sua equivalência. A exceção fica por conta dos Ases, onde os símbolos dos naipes são apresentados por mãos envoltas em nuvens e inseridas em magníficos cenários naturais, fazendo lembrar outros conhecidos decks.
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Jane Lyle
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O amor
O título The Lovers desperta de imediato o interesse e a curiosidade para a esfera amorosa, sem dúvida, intenção prioritária da obra. Entretanto, as gravuras em si não são fidedignas a proposta direcionada para as temáticas do amor e do coração, uma vez que o foco da atenção é a interpretação dada pela autora aos 22 Trunfos; link que a astróloga identificou para inserir as correspondências simultâneas dos astros. No livro que acompanha o baralho (em inglês), Lyle expressa os sentidos dos Arcanos Maiores em quatro categorias: Sobre você, Sobre você e o parceiro, Sobre a relação e Sobre o futuro. Em cada uma destas categorias a criadora atribui duas características para cada lâmina – o Dom (o aspecto positivo da carta) e o Desafio (o aspecto negativo ou carta invertida), tendo reservado o espaço de aproximadamente cinco páginas para cada carta. Os Arcanos Menores não receberam nenhum tratamento diferenciado, ficaram restritos a comentários de Dom e de Desafio, acrescidos de duas palavras-chave respectivamente, sem sair do contexto dos relacionamentos afetivos.
Os detalhes
Ao meu ver, o trabalho artístico referente aos Reis e aos Pajens deixa um pouco a desejar, mas não o faz menos bonito. Talvez pelo fato de ter sido desenvolvido anos depois, não tenham recebido os mesmos cuidados que o original. Contudo, como não poderia deixar de ser, o arcano que ilustra a capa e a caixa do baralho é o VI, Os Amantes, tornando-o ainda mais atrativo devido ao seu singular encanto romanesco.
No que se refere ao cromatismo, os tons das lâminas são suaves e marcantes. O naipe de Ouros é predominado pelo amarelo-areia, o de Copas é representado pelo azul-piscina, o de Paus é pintado de lilás e o de Espadas é pigmentado por um azul mais sóbrio. O dorso é azul-marinho com delicados detalhes em dourado; um requinte a mais que faz bem aos olhos. Simplesmente, um apaixonante Tarô.
Contato com a autora:
Valéria Fernandes – www.taroetaro.blogspot.com
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