Publicado por Maria Luiza A. Bittencourt

A vidência que permeia a interpretação do Tarot, Runas, I Ching faz uma ponte que transmite aos deuses o que é do homem e, aos homens, o que é dos deuses. As diferentes Energias representadas nos arcanos do Tarot, seriam assim, o “criativo em potencial”, ainda não realizado pelo Eu (o Self).

Vidência, uma ponteO Self, na terminologia de Jung, pode ser definido como um fator de orientação íntima, diferente da personalidade consciente, o Ego. Este, por sua vez, teria como função essencial, esquecer seus próprios impulsos e ajudar a realizar a verdadeira totalidade da Psique, permitindo que os talentos e potenciais latentes sejam trazidos à consciência e por fim realizados. A vidência permite que, no caso do tarólogo, ele vislumbre uma possibilidade, uma abstração que, trazida à consciência do consulente, pode (ou não) se tornar real,dependendo da vontade e determinação do próprio consulente.

Nesse sentido, o tarólogo tem também, a função de “curador”. Na psique humana, nada é mais destrutivo do que os impulsos criativos inconscientes não realizados. Ao entrar em contacto com a Alma do consulente, através das 22 figuras dos arcanos, é possível curar uma neurose, uma psicose ou uma deformação da personalidade levando o “paciente” a uma formulação criativa dos conteúdos que o atormentam, integrando as partes divididas, esquecidas ou postas de lado, na Sombra. É ocaminho para a integração com o Self .

O tarólogo age, em outras palavras, como um iluminador dos potenciais latentes e como “curador” de partes importantes do indivíduo que por uma razão ou outra, foram relegadas.

Por fim, é importante lembrarmos do papel da interpretação responsável por parte do tarólogo. Além de trabalhar com seus talentos intuitivos inatos, deve se dedicar a um estudo profundo e uma prática diária que lhe permitam a sintonia fina com o consulente pela vidência e interpretação correta dos arcanos.

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